domingo, 3 de maio de 2020


Cuidado!

O Jaquim, da minha terra, foi ao baile da paróquia. A água estava fresca, os refrigerantes não lhe fazem bem à diabetes… Resolveu-se mesmo com a vinhaça.

E tão resolvido se resolveu que se emborrachou… só um pouquito. Deve ter sido o último copo, porque os anteriores não fizeram nada daquilo.

Tomou o caminho de casa, um pouco cambaleante. A estrada teimava em desacertar com os passos dele. Pensou para consigo que deveria ser da vasilha meio cheia, meio vazia… fazia adornar a carga.
Eis que repentinamente lhe deu uma aflição na bexiga e, não vendo melhor local, começou, logo ali, a mudar a água das azeitonas.

Por pouca sorte, passava, por ali uma beata (também ela ébria, mas de fel, que houvera bebido em algum sermão do padre Inácio).
Desenho do Memphis

A carrancuda beata, virando a cara, com um olho aberto e o outro fechado (pensando para si se ficar ceguinha é só de um dos olhos), resmungou profunda:

- Eh! Grande animal!

O Jaquim, cambaleou, respirou fundo, e disse solene:

- Passe, minha senhora. Passe à vontade. Não tenha medo que eu estou a segurá-lo com as duas mãos

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