Um doido Varrido
Para quem não sabe, o que possa ser mais provável encontrar sob um singelo
tapete de um manicómio (diga-se, plenos foles, que a mesma coisa que em
qualquer das nossas casas ou do nosso próprio templo interior), fiquem sabendo
que nem mais nem menos que:
- Sim! Um doido varrido.
Cortesia de um Amigo (Obrigado) |
Foi disso que, o Jaquim, da minha terra, foi encontrar a esmo, quando por
lá passou (pelo manicómio!). Encontrou ele, pois, desde doidos varridos a
doidos menos doidos, a doidos engenhosos e até doidos com cheiro apurado, como
aquele que corria pelos corredores enfiando o dedo no “fiofó” (no cu para quem
não perceber), e gritava em altos brados:
- Senhor doutor, estou podre, senhor doutor… Estou completamente podre!
Foi assim que, o Jaquim, conheceu a história magna de um certo tolo que
tinha a mania de caçar passaritos com uma fisga… Ora vejam lá a quantidade de
gente que anda por aí a caçar pássaros e fêmeas, e ninguém os interna!!! Vejam
lá…
Pois, esse inveterado, a cada vez que a reinserção o abeirava, tentava de
sua sorte vencer os muros do redil onde o tinham misturado com insanos
profissionais do “psiquiatrismo”.
- Então pá, se te deixarmos sair o que farás da tua vida?
- Vou trabalhar, ganhar dinheiro…
- E que mais?
- Depois compro elásticos e faço uma fisga, para ir aos pássaros…
- Não, ainda não estás curado, volta para dentro.
Nova tentativa e muitas outras e histórias semelhantes, e o sujeito afinou
o discurso:
- Se me deixarem sair, vou trabalhar, depois arranjo namorada, depois
caso-me.
- Muito bem, vejo que estás no bom caminho. E filhos, vais querer ter
filhos?
- Não. Na noite de núpcias, tiro as cuecas da gaja, fujo com elas, e com os
elásticos faço uma fisga e vou aos pássaros…
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